quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quebre a perna


Chiclete sob as carteiras. música ruim distante. eu já morri. as leituras feitas, os livros não escritos. parte-se tudo em vários volumes para que a distribuição seja efetivada. um naco para cada um dos que sentaram e levantaram infinitas vezes à espera de um soar estridente que destinava nossos corpos à mesa com nossos pais. hinos, beijos, cinzas, árvores, sapato usado pelo irmão. as salas de aula e seus contrastes. quebro o pé direito.

sábado, 21 de novembro de 2009

flutuar é voar com os pés na água

a vida é cheia de idas e vindas. transitar entre estados, situações, humores é coadunado com a mudança de temperatura ambiente, cidades, regiões. culturas contrastantes, pedido de socorro, tristeza no olhar solitário daquele que parte, sempre. rever amigos é pensar no retorno das mãos postas à frente que quem o vê. vazio como potência.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ruínas

os passos repercutem no silêncio e no asfalto. as asas auxiliam no vôo nada rasante por entre os destroços de um corpo que insiste em cair. ícaro não existe para os que vêem seus recortes presos às grades. é assim a essência das coisas. é assim o sol que perfura a parede arruinada pelo tempo. os olhos, pupilas dilatadas, cegam frente à realidade. mais um dia.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

imitações táteis

o que penso é rever o tempo. tudo ao redor é passível de revisão, reatualização, ritualização, ação, reação. escritas em demasia fortalecem o ser do ser. ler, perceber-se, aquecer o outro com assopros. assim, os dedos percorrem delicadamente ou não uma lista de espera de coisas a serem feitas e presentificadas no cotidiano. assim é o teatro.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

torre de marfim


não há retorno seguro ao que me é mostrado. cada fragmento de mim resvala o suor que emana do que sinto, da ausência do vento frio e do calor insuportável de uma cidadota distante do útero inexistente. olho por entre grades peroladas um deserto de seres povoados por cabras e rejeitos de contrução. meu mundo é uma roda da fortuna crítica de um escritor qualquer.