quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

só pensar em você

as ruas de são luís - centro histórico - antes mesmo de eu conhecê-lo, têm o seu charme. difícil compreender a natureza humana. a força gerada pelo pensar fortalece a necessidade de um travesseiro sob a cabeça, um outro entre os joelhos, projetando para o sexo, e um outro no pensamento. assim é você, assim é a cidade e assim sou eu. um triângulo quase que perfeito. o nosso lado humano permanece.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

intervenção urbana

 
pela calçada, perambulando pelas ruas, tudo cinza, poluição visual, mercadoria e consumo. olhares, papéis, restos de pensamentos. e eis, uma intervenção urbana em imperatriz do maranhão: placa de isopor na esquina movimentada esperando ser vista. senti-me aliviado em perceber que a cidade ainda vive. seus escombros edificam alguma ideia incompleta do viver.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

legião urbana

todo dia, a mesma hora, a mesma ponte, o mesmo vento. todo dia, tudo diferente. o cotidiano não  é a repetição das mesmas ações. tudo novo, sempre. nova visão, novas possibilidades, tudo novo ou requentado, ou a repetição possível até. basta querer para poder fazer. nunca fui adepto do determinismo. fazemos ou deixamos de fazer, não há escapatória. quero, sempre, surpreender a paisagem com meu novo olhar a cada dia, cada tempo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

de onde?


sou de muitos lugares e ao mesmo tempo não me sinto pertencente a lugar algum. entre morada e caminho, busco as vielas escondidas. assim, vivo procurando perceber esse incansável desejo de ser eu mesmo. como não me reconheço em boa parte das vezes, observo o que me provoca no momento. vivê-lo é desejar a morte como parceira derradeira. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

fálico por natureza


tudo gira em torno do sexo. minha gripe não é exceção. homem deve ser viril, membro em riste, quer queira ou não. passear de ônibus coletivo é excitante. de mãos dadas, a calça jeans roça sua língua na glande. os centímetros ainda escondidos ficarão à mostra. meu desejo é comer um queijo.

domingo, 27 de dezembro de 2009

a mão e o saco de lixo


a mão deveria estar dentro do saco. somos produto de tudo aquilo que nos consome. vermes, enfermidades, pestes, álcool, fumaça, sexo. chacoalhar as vísceras e a alma, que diz  usar a pá oca de sentidos. que sentido pode ter um saco vazio? ficar de pé? voar pela brisa tardia? não ser decomposto, mas posto em portas fechadas, esperando ser surpreendido por um carro iluminado. nosso corpo é orgânico. o sexo é instintivo. a morte iminente. ninguém buzina à porta.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

sem destino e sem porto


viajar é levar consigo parte daquilo que você quer deixar. estranho isso. não dá para fugir ou esquecer. tudo que fazemos é o avesso daquilo que queremos. há um certo teor de repetição e retorno daquilo que já foi. a vida é a amiga inseparável da imperfeição. o ser, que exala desejos e propósitos, não é muita coisa a não ser um ônibus em movimento: leva quase tudo e não retém nada, a não ser o que é esquecido ou o indesejado do lixo.